Foto: Rodrigo Cavalcanti/SECOM
A questão do enfrentamento ao uso de drogas encarada com foco na prevenção. É a linha condutora do Programa Atitude – Atenção Integral ao Usuário de Drogas, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social de Direitos Humanos, apresentado nesta sexta-feira (22), no auditório da Prefeitura do Ipojuca, com a presença da coordenadora de Projetos Sociais da Prefeitura do Ipojuca, Simone Santana, das secretárias do Bem Estar Social, Marilene Holanda, e da Mulher, Dora Pires. Estiveram presentes também os Conselhos Tutelares, Cras, Creas, Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, Secretaria de Planejamento, Secretaria de Educação e alguns servidores municipais.
O Atitude é um programa integral voltado ao usuário de drogas e seus familiares com foco especial no crack, voltado aos indivíduos maiores de 18 anos. Leva em consideração, para definição de suas ações, os índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Ipojuca está na Área Integrada de Segurança (AIS-10), que inclui também o Cabo de Santo Agostinho. No município, o Atitude está presente em Camela, Nova Camela, Nossa Senhora do Ó, Ipojuca-sede e Maracaípe, através do Atitude nas Ruas, que vai conhecendo a realidade territorial de cada localidade e estabelecendo contato gradativo com os usuários. O Atitude trabalha com a com o caráter voluntário, com a espontaneidade, e não tem em seu quadro nenhum profissional de saúde, com exceção de um enfermeiro, para cuidados básicos. Caso seja necessário, utiliza a estrutura do SUS. Porém a prioridade é na assistência social, sobretudo no atendimento e acolhimento.
Segundo o coordenador regional do Atitude no Cabo de Santo Agostinho, João Marcelo Costa, responsável pela apresentação, “é preciso criar estratégias conjuntas para lidar com a questão do crack e, nesse sentido, o primeiro passo é começar a dialogar e explicar ao profissional que está na ponta do processo tudo o que pode ser feito pelo usuário, ou, do contrário, ele irá parar no presídio ou morto”. O Atitude está em consonância com o Pacto pela Vida, lembrando que a versão municipal deste programa será lançada pela Prefeitura no início de 2014. O programa está estruturado em quatro modalidades: Atitude nas Ruas, Atitude Acolhimento e Apoio, Atitude Acolhimento Intensivo e Aluguel Social.
O técnico também trouxe dados interessantes, como o número de atendimentos realizados em Pernambuco, de janeiro de 2012 a julho de 2013, que chega a 3.845, na AIS-10 (Cabo e Ipojuca), que totaliza 558, e especificamente na área do Ipojuca, que contabiliza 22, com a observação de que o trabalho ainda está no início. Sobre o perfil dos atendimentos, 85% são do sexo masculino, 52% têm entre 18 e 29 anos (portanto enquadram-se na categoria “jovens”), em 69% dos casos o crack foi a droga motivante, em 41% dos casos existe ameaça de morte e em 39% dívida contraída com traficantes e 36% dos usuários estão em situação de rua.
Os usuários de crack estão em estado de completa vulnerabilidade social, pois perderam os vínculos familiares (laços sanguíneos) e de amizade. O tratamento desses casos é diferente, por exemplo, do aplicado ao alcoolista e realizado em contato direto com o Cras, o Creas e com o Caps AD (Álcool e Drogas).
“Todos nós estamos perplexos com a situação encontrada no município relacionada ao uso do crack. Temos que procurar envolver todos os segmentos da sociedade num trabalho árduo. No próximo ano, vamos intensificar ainda mais o enfrentamento ao problema com a chegada do Pacto pela Vida Municipal, mas são igualmente importante a promoção da Saúde, as ações preventivas e o resgate desses jovens, reinserindo-os no mercado de trabalho”, afirmou a coordenadora de Projetos Sociais, Simone Santana. Na mesma linha de raciocínio a secretária municipal de Bem Estar Social concluiu: “É um trabalho de parceria. Só assim conseguiremos combater um problema que está se alastrando rapidamente”, definiu Marilene Hollanda.
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